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quarta-feira, 1 de junho de 2016

O corpo negro na Baixada e a Educação Física

por Jefferson de Oliveira


No ano de 2014 tivemos muitos episódios de racismo no país, inclusive no esporte, e apesar da enorme repercussão dos casos, como o que envolveu o goleiro Aranha na época ainda jogador do Santos, que recebeu uma atenção maior da mídia, porém por muitos ainda foi considerado apenas como injúria racial. 


Essa é mais uma das formas que o corpo negro é tratado na sociedade, com insultos, xingamentos e comparações com animais. 
Quero trazer esta reflexão pois um dos apontamentos que os Parâmetros curriculares nacionais trazem para nós é o de pensarmos Ed. Física e reivindicar espaços de qualidade para nós e para as demais pessoas. E isto deve refletir na preocupação em como nossos corpos vem sobrevivendo nos espaços e sendo tratados na sociedade que se propõe a ser civilizada.

Jogador Daniel Alves

Só avaliarmos na Baixada Fluminense a qualidade dos hospitais, dos meios de transporte, das ruas e vias, onde os nossos corpos transitam e se expressam. Onde estão os espaço para que eles se desenvolvam com saúde, sejam criativos e estejam em contato com o meio ambiente sem riscos?








É um grande fato que investimentos nestas áreas são menores na Baixada Fluminense, do que em outras cidade da capital. O que atinge mais gravemente a nossa população de maioria afrodescendente que compõe a Baixada Fluminense, assim como todo o conjunto da população. 


 
Estes corpos negros são os mesmos que trabalham e produzem para as grandes empresas no Rio de Janeiro, nos escritórios, na carga e descarga, como ambulantes ou como domésticos em vários bairros nobres, onde estes muitas vezes recebem um tratamento diferenciado para pior.

 
Então é necessário pensar numa política urbana que vise a melhoria da qualidade de vida da população negra que vive na Baixada Fluminense, que vive em locais com pouca ou sem condições básicas de higiene e saúde, e sobrevive se espremendo diariamente entre conduções precárias para servir de mão-de-obra para as regiões mais produtivas do Estado.





Da mesma forma que é e necessário pensar em investimentos na infraestrutura dos treze municípios, que compõem a Baixada Fluminense para gerarmos empregos, estimularmos o empreendedorismo, a geração de renda e criarmos mais oportunidades, para que nosso povo não fique refém das vagas de trabalho do Estado e não tenham somente suas residências como dormitórios. 


 
A atividade Física e saúde devem ser pensadas e estimuladas com o aproveitamento e a criação de mais espaços públicos de qualidade para a integração das cidades e da natureza, para que nosso povo usufrua do que ainda está ao nosso redor, da mesma forma que os existentes como praças, Vilas e escolas sejam melhorados.
 
Pensei em Educação Física e pensei no meu corpo negro, na minha relação com a região que vivo, com o meio ambiente e o quanto isto está ligado a cada um de nós e como isso nos afeta, e o quanto é nossa responsabilidade, assim como de nossos governantes em transformar este quadro atual. 
E o quanto é importante para o desenvolvimento das futuras gerações e consequentemente das cidades da nossa Baixada.
E você, o que acha que deve ser feito na Baixada Fluminense para que nossos corpos negros, brancos, asiáticos, a nossa saúde e qualidade de vida se tornem melhores do ponto de vista estrutural da cidade?
 











Imagens:
1
3 - http://jornalbaixadafluminensejb.blogspot.com.br/2016/03/sem-pavimentacao-rua-no-valverde-em.html
4 -http://noticiasdebelfordroxo.blogspot.com.br/2013/08/criancas-brincam-em-rua-sem-asfalto-santa-tereza-belford-roxo.html 
5 - http://jornalbaixadafluminensejb.blogspot.com.br/2015/04/passageiros-do-ramal-saracuruna-terao.html 
6 - http://www.noticiasdabaixada.com/2015/06/nova-iguacu-festeja-dia-mundial-do-meio-ambiente-com-trilhas-e-plantio.html

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