A
bala que sacrificou Juma no dia 20 de Junho de 2016, que foi exibida no trajeto da tocha
olímpica, partiu
de uma arma e de alguém que pode ser identificado.
Agora de quem é a responsabilidade por permitir que ela estivesse ali, ou o que levou a alguém crer que ela poderia ser usada para promover um evento, são algumas perguntas que precisamos nos fazer para entender quem atirou em Juma e porque ela precisou se morta.
O
raciocínio que levou a terem essa ideia brilhante de colocar uma
animal selvagem, por mais domesticado que fosse e que vivesse próximo a
pessoas, é o mesmo que leva outros animais a tirarem fotos com animais silvestres e postarem nas redes sociais. Qual imagem queerem passar com essa atitude? A de um país em que domamos feras e elas
vivem sob nosso comando e total controle, enquanto não controlamos
nossa corrupção?
Cerca
de dez dias após o acontecido o assunto vai sendo esquecido pela
curta memória dos brasileiros e por outros eventos que envolvem mais
mazelas Olímpicas e segue continuando sem sentido ou respostas, além
da nota dos organizadores quanto a sua enorme tristeza pelo ocorrido.
Protesto em Manaus após a morte de Juma |
Seria tentativa de passar uma imagem melhor do que a que ecoa no exterior, a de que não controlamos nossas contas, nossas políticos e que a
nossa população é ávida por espetáculos ao invés de assuntos
relevantes para a população? São inúmeras perguntas que devemos
nos fazer, além do refletir sobre o despreparo das pessoas envolvidas em conduzir
um animal e da real necessidade de terem que sacrificá-lo.
A
arma que matou Juma, os responsáveis, talvez sejam os mesmos que
transformam o esporte em uma apresentação apenas midiática e o afastam de
seu caráter educativo e social, pouco importando-se com a educação
e saúde das crianças nas escolas, dos nossos futuros atletas que
vivem em áreas que não serão beneficiadas por nenhum dos
investimentos realizados para que o Rio de Janeiro receba os Jogos
Olímpicos de 2016.
Quem será a próxima vítima? |
Por
mais que fiquemos felizes com a acolhida dos jogos no nosso país, é
necessário refletir sobre quais são e serão as nossas prioridades
daqui para frente, quais rumos desejamos tomar como sociedade e
nação. Será que desejamos ter essa face que usa e se necessário
mata animais em prol de um evento, que abrimos mãos de salários de
professores, da manutenção de hospitais e de segurança pública?
Quem
matou Juma, sem dúvida, não foi somente quem atirou, mas
aqueles que continuam atirando contra todo o bom senso de exercerem
uma administração pública decente e efetiva para nosso Estado,
assim como para o nosso país. Recebemos a tocha Olímpica, símbolo
da paz e união dos povos, mas que pelo visto não influenciou em
nada nossas autoridades a pensarem ainda desta maneira.
Assim
podemos concluir que é necessário um novo modelo de gestão dos
eventos esportivos no país, da administração dos recursos e dos
investimentos em áreas que realmente que beneficiem a população e não
sirvam somente para promoção de empresas e de políticos. Mas que venhamos praticar ações voltadas para os compromissos e objetivos da
Educação Física nacional.
Por Jefferson de Oliveira
fontes/imagens:
http://fotospublicas.com/em-manaus-ong-protesta-em-frente-ao-batalhao-do-exercito-que-abrigava-onca-juma-morta-na-quarta-feira-durante-o-revezamento-da-tocha-olimpica/
https://www.rio2016.com/noticias/comite-rio-2016-publica-comunicado-sobre-a-morte-da-onca-juma
https://www.rio2016.com/noticias/comite-rio-2016-publica-comunicado-sobre-a-morte-da-onca-juma
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